Pular para o conteúdo principal

Inferioridade, uma questão de visão



É interessante como nós seres humanos temos grande capacidade de nos inferiorizar e geralmente toda essa inferioridade nasce de comparações. Olhamos para outra pessoa, para a sua vida e consequentemente para o seu sucesso e pronto, passamos a comparar a nossa vida com a vida da outra pessoa, desenvolvendo um sentimento de rebaixamento em relação a nós e a nossa própria vida. Deixamos de olhar para aquilo que alcançamos para olharmos e vivermos em função daquilo que talvez em momento algum consigamos alcançar.

Quando permitimos que sentimentos deste tipo se apoderem de nós, automaticamente estamos desenvolvendo outro tipo de sentimento, a insatisfação. Insatisfeitos com o que temos e com o que somos, deixamos de viver a nossa vida, para viver em função da vida e sucesso de outrem. Atitudes deste tipo só tendem a nos prejudicar. Por quê? Prejudica-nos porque simplesmente passamos a viver um período de total descontrole, numa busca excessiva por alcançar algo. Esse descontrole muitas vezes nos faz tomar decisões totalmente errôneas e equivocadas. E quanto mais longe ficamos do possível “alvo”, mais insatisfeitos e inferiores nos sentimos. Tudo isso por um único motivo: Comparações confusas. 

Precisamos ter bastante cuidado ao nos compararmos com alguém que por algum motivo está “acima de nós”, ou seja, alguém que de alguma forma conseguiu alcançar determinado sucesso profissional e pessoal ou até mesmo uma boa situação financeira. É preciso entender que nós somos únicos, Deus não nos fez em dose dupla. Deus nos fez, com um propósito especifico. Ninguém é tão ruim que não tenha um talento, que não saiba desenvolver alguma coisa. O que nós precisamos mesmo é descobrir quais os nossos talentos e principalmente aquilo que temos de melhor. Depois disso com certeza alcançaremos aquilo que Deus tem preparado para nós. O primeiro passo é aprender a fazer as comparações de forma correta.

Que tal, nos compararmos com as formigas? Achou estranho não é mesmo? Em provérbios 30: 25 a palavra de Deus diz:

“As formigas não são um povo forte; todavia no verão preparam a sua comida;” 

Quando deixamos de comparar a nossa vida com alguém que se encontra em melhor situação que nós, provavelmente temos grandes chances de nos decepcionarmos, mas quando essa comparação é feita de forma contrária, ou seja, quando nos comparamos com alguém que está em situação inferior a nossa, as coisas mudam, passamos a enxergar e principalmente a valorizar aquilo que com tanto esforço e dedicação alcançamos. Compare-se ao mais famoso cantor, pregador, pastor, professor, administrador, palestrante etc. Agora se compare ao menos famoso cantor, pregador, pastor, professor, administrador, palestrante etc. Viu? Tudo é só uma questão de visão.

Quando estudamos sobre as formigas aprendemos que elas são insetos bem pequenos, porém não permitem que o seu tamanho as façam estagnar, ou seja, as formigas não se limitam por conta do seu tamanho aqui neste mundo. Elas vivem de acordo a sua espécie e, diga-se de passagem, vivem muito bem. Independente do lugar que ocupamos neste mundo, não podemos simplesmente parar, ou nos conformar. É necessário seguir adiante, compreendendo que de alguma forma, assim como as outras pessoas, temos o direito de trabalhar em prol do alcance dos nossos objetivos, desde é claro, que estejamos correndo atrás de algo real e realmente alcançável, de acordo a minha posição, talento e muitas vezes até qualificação. Até porque, se não sei cantar, tenho que ter convicção de que até posso, mas será muito mais difícil, conseguir ser um cantor de renome.

As formigas são insetos sociais, vivem juntas em colônia, ou seja, as formigas vivem com outras formigas, seres iguais a ela. Assim como as formigas, precisamos encontrar o nosso grupo, pessoas que pensam como a gente, que almejam as mesmas coisas que nós. Precisamos assim como as formigas, nos relacionarmos com as pessoas certas. Se quisermos ser um grande pregador, por exemplo, devemos nos relacionar não exclusivamente, mas com uma maior frequência, com esse grupo de pessoas, até porque através delas teremos a oportunidade não só de aprender, mas também uma maior chance de fazer com que as portas se abram, com maior facilidade, isso vale para qualquer posição real e possível que almejamos alcançar.

As formigas são bem organizadas, além de viverem e defenderem o seu formigueiro, sabem respeitar as hierarquias e principalmente desenvolver não outra, mas a função ao qual foi designada. Diríamos que cada uma sabe o seu lugar, rainha, rainha, operária, operária. É preciso aprender com as formigas a desenvolver a função a qual fomos designados e principalmente saber qual é o nosso lugar ou posição que ocupamos dentro daquele grupo. É preciso assim como elas aprender a defender aquilo que realmente acreditamos; não podemos ficar em cima do muro. Se fizermos parte de um grupo, é necessário respeitosamente defender os princípios daquele grupo.

As formigas geralmente constroem a sua morada em túneis subterrâneos, outras se alojam em gretas, em cavidades debaixo de uma rocha, em troncos ocos no solo, em cavidades entre raízes de árvores, etc. Com isso podemos perceber que as formigas são cuidadosas, sendo insetos pequenos não se deixando limitar pelo tamanho neste mundo, são precavidas quanto as suas moradas, ou seja, sabem dos riscos que correm se ficarem muito tempo em exposição, no entanto se protegem.

Como as formigas, habitamos em um mundo cruel, onde muitas vezes nos sentimos como se estivéssemos em meio a gigantes, onde os grandes esmagam os pequenos sem qualquer pudor. Por isso devemos sempre nos proteger, por mais que o nosso tamanho não nos limite a prosseguir, seguir em frente, ao mesmo tempo nos obriga a tomar certos cuidados. Muita exposição, às vezes, nos é prejudicial. Há momentos em que precisamos nos resguardar. Quando um caminho estabelecido para uma fonte de comida é bloqueado por um novo obstáculo, as formigas o deixam para explorar novas rotas. Se bem sucedida, a formiga retorna e marca um novo rastro para a rota mais curta.  Assim como as formigas precisamos aprender a não parar quando os obstáculos vêm de encontro à nossa vida, pelo contrário, devemos buscar explorar novas rotas. Se o caminho percorrido até aqui, não nos permite mais prosseguir, então que mudemos a direção. Deus como sempre está no controle de todas as coisas, um obstáculo muitas vezes pode ser uma maneira utilizada por Deus para impedirmos de trilharmos o caminho errado. Principalmente quando colocamos a nossa vida e os nossos projetos na mão do nosso criador. Lembre-se: Os obstáculos vêm não para nos fazer desistir, mas principalmente para aprendermos a superá-los, ou seja, contorná-los e assim prosseguimos.

Se estudarmos a fundo a vida das formigas, com certeza aprenderemos bastante, mas o que mais me encanta e me chama atenção nesses insetos é a disponibilidade que os mesmos têm de ajudar outras formigas a trilharem o mesmo caminho. Como as formigas vivem em contato com o solo, por conta disso, elas deixam uma trilha de feromônio que pode ser seguida por outras formigas para irem de encontro ao alimento. As trilhas bem sucedidas são seguidas por mais formigas, e cada uma o reforça com mais feromônio (as formigas seguirão a rota mais fortemente marcada).  Quando o alimento acaba, as trilhas não são remarcadas pelas formigas que voltam e o cheiro se dissipa.

Como isso é difícil no nosso meio (seres humanos), onde diariamente nos deparamos com pessoas que para alcançar o sucesso, passaram por muitas dificuldades, e quando finalmente conseguiram simplesmente fazem de tudo para fechar o caminho, ou seja, dificultam a todo custo que outras pessoas alcancem aquilo que ele têm alcançado. Diferente das formigas que apagam o caminho que não leva ao alimento, para não fazer com que suas companheiras não percam tempo trilhando o caminho errado. Muito de nós seres humanos, vemos as pessoas trilhando o caminho errado, nada fazemos, além de aguardar o seu fracasso.

Como as formigas, precisamos aprender a ajudar, ou seja, abrir caminho para aqueles que assim como nós almejam serem cantores, pregadores, administradores, palestrantes etc. Precisamos não só deixar o caminho aberto, mas principalmente assim como as formigas, marcar o caminho a ser seguido, para que assim como nós, todos tenham a oportunidade de alcançar aquilo que Deus tem preparado para as nossas vidas.
Não podemos permitir que sentimentos de inferioridade apoderem-se da nossa vida, se as formigas insetos tão pequenos são úteis e nos ensinam tanto. Imagine você...

"Como vós o sabeis, também eu o sei; não vos sou inferior." (Jó 13:2)




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Quando a rivalidade vira obsessão

O filme ‘O Grande Truque’, recentemente prendeu a minha atenção. E isso não tem nada a ver com os protagonistas do filme, ou até mesmo, com os truques de ilusionismo apresentados.   A história se passa na Inglaterra do século XIX, uma época em que os truques de ilusionismos, atraiam multidões. O filme narra a história de Alfred e Robert, dois grandes mágicos que inicialmente trabalhavam em parceria, mas que em determinado momento se tornam rivais, em busca da supremacia no mundo do ilusionismo. O que começa como uma competição saudável logo se transforma em uma batalha intensa e obscura.   Um dos truques do Alfred faz sucesso, e para descobrir o segredo do rival, Robert usa de meios ardilosos e nada convencionais para acabar com o sucesso do oponente. A trama se desenrola com reviravoltas emocionantes, revelando o lado sombrio da obsessão pela perfeição e pela superação.   'O Grande Truque' nos ensina que competição e rivalidade são naturais, mas é importante lembrar que o adve

Escravos por opção

  A história do Brasil é marcada por um período sombrio em que os negros foram escravizados pelos brancos. Durante séculos, eles sonharam com a liberdade, até que finalmente chegou o dia da abolição da escravatura. No entanto, para muitos deles, a transição para a liberdade não foi fácil. Acostumados a uma vida de servidão, muitos negros não sabiam como lidar com a nova realidade de liberdade. Sabiam como ser escravos, mas não como ser livres. Foi necessário um processo de adaptação e aprendizado para entender e exercer plenamente sua liberdade. Muitos enfrentaram desafios e dificuldades nesse processo, pois a liberdade traz consigo novas responsabilidades e escolhas que antes não eram possíveis. Vivemos em um país onde a liberdade é um direito fundamental, porém muitos de nós ainda não compreendem verdadeiramente o significado dessa palavra. Assim como os negros do passado, que mesmo libertos ainda não se sentiam livres, muitos de nós hoje agimos como se fôssemos escravos, submetidos

A escritora gentiourense Mônica Bastos encanta os leitores com o romance "Antes que o Pó Volte à Terra"

É com imenso prazer que compartilho com vocês a notícia do lançamento de mais um livro da escritora baiana/gentiourense Mônica Bastos, o romance "Antes que o Pó Volte à Terra".  Como entusiasta das palavras, esta obra representa não apenas uma história, mas um mergulho profundo na complexidade das relações humanas e das escolhas que moldam nossos destinos. "Antes que o Pó Volte à Terra" é uma jornada literária que se desenrola com camadas de emoção, personagens vibrantes e reviravoltas que desafiam as expectativas. É uma celebração da vida, do amor e da resiliência diante das adversidades. A trama transcende o tempo, misturando passado e presente de maneira envolvente. Personagens ganham vida nas páginas, cada um contribuindo para a riqueza da narrativa.  Sem dúvidas, é uma história que despertará sentimentos profundos e reflexões sobre a essência da existência.   Mensagem da Autora:   Escrever “Antes que o Pó Volte à Terra” foi mais do que simplesmente escrever um