As empresas são constituídas de pessoas e
dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. Atualmente
as pessoas passaram a significar o diferencial competitivo que mantém e promove
o sucesso organizacional, passando a constituir a competência básica das
organizações, isso graças ao seu capital intelectual. As organizações dependem
direta e indiretamente das pessoas para operar, produzir seus bens e serviços,
atender seus clientes, competir no mercado e atingir seus objetivos globais e
estratégicos. Mas as pessoas também dependem das organizações para atingir seus
objetivos pessoais e individuais, recebendo das mesmas, salários, benefícios, segurança
e retribuições.
Na verdade há um processo de reciprocidade na interação entre
pessoas e organizações. Cada uma das partes depende uma da outra, promovendo
uma relação de mútua dependência na qual há benefícios recíprocos, ou seja, uma
relação de duradoura simbiose entre pessoas e organizações.
No entanto, o índice de profissionais insatisfeitos com a carreira ou emprego aumentou consideravelmente nos últimos anos. As maiores reclamações
estão sempre relacionadas ao ambiente de trabalho, ou seja, a equipe, ao chefe,
ao salário, a possibilidade de crescimento, entre outras. Há muitos profissionais
bem sucedidos, que são respeitados pelos chefes e até admirados pelos colegas. Mas
também há profissionais que perderam totalmente o respeito e admiração de
todos. Porque isso acontece?
Grande parte dos problemas
podem ser atribuídos, a fatores comportamentais. De maneira imperceptível, muitos
profissionais passam maior parte do dia se relacionando com colegas de trabalho
e clientes. Essa aproximação quando exagerada pode trazer uma inversão de
papéis e consequentemente conflitos de identidade. O ambiente de trabalho passa
a ser considerado um ambiente familiar. O chefe e os colegas de trabalhos se
transformam em melhores amigos e muitas vezes confidentes.
O que todo
profissional precisa compreender é que o ambiente de trabalho, por mais tranquilo
que seja, é uma empresa e que busca a todo custo gerar lucros e se destacar em
um mercado altamente competitivo. Para isso ela não precisa de amigos e sim de
colaboradores que desempenham a função de maneira que os seus objetivos sejam
alcançados.
Por mais amigável e
solícito que um colega possa parecer, não se esqueça de que ele está ali para
trabalhar com o intuito de prosperar profissionalmente e também financeiramente.
Ninguém busca um emprego com o objetivo de fazer novas amizades. Não que elas
não possam acontecer. Mas é preciso aprender a separar as coisas para que lá na
frente não venhamos a nos decepcionar com algumas atitudes que venham nos
desagradar, causando conflitos interrelacionais. Desta forma o colega,
confundido com amigo, passa a ser inimigo. E o ambiente tranquilo passa a ser
considerado um campo minado.
Tratar
os profissionais como recursos organizacionais é um desperdício de talentos e
de massa encefálica produtiva. Tratá-los como amigos é levá-los a confundir o
ambiente de trabalho com a própria casa. Para que tudo ocorra bem, o
profissional, a empresa e os colegas devem compreender que são apenas parceiros
e colaboradores dos negócios da empresa, nada mais que isso.
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