Pular para o conteúdo principal

O autoengano não é uma saída





A mentira, embora condenada socialmente em suas diversas formas, muitas vezes permeia sutilmente nosso dia a dia. Justificamos algumas mentiras como uma forma de manter a paz social, como quando elogiamos o cabelo da colega, mesmo quando não está tão bonito. Essas 'mentirinhas' podem evitar ofensas desnecessárias, alegrar o próximo, e ainda proporcionar uma convivência mais pacífica. Mas, apesar das boas intenções, enganar o próximo não é uma conduta íntegra. Nesse contexto, surge a questão: se não é íntegro enganar o próximo, seria íntegro enganar a nós mesmos?

 

O autoengano, é resultado de um processo mental em que aceitamos como verdadeira uma informação que sabemos ser falsa, é uma forma comum de mentira para si mesmo. São as mentiras que contamos para nós mesmos e que se tornam verdades. É a ilusão de que tudo está bem mesmo quando se está à beira do precipício. É um mecanismo inconsciente de autodefesa, uma fuga da verdade que nos amedronta.

           

Quando a verdade é dolorosa demais, nosso inconsciente a despreza e a mentira a substitui. Esse tipo de comportamento pode surgir quando queremos evitar dor, sofrimento, frustração, entre outros sentimentos. 


Quando mentimos para nós mesmos? Quando por exemplo, atribuímos ao outro a responsabilidade por nossos problemas, quando criticamos o comportamento alheio acreditando sermos melhores, quando nos refugiamos em vícios para fugir da realidade, quando desprezamos algo por não conseguirmos alcançá-lo, ou quando condenamos certas pessoas ou atitudes como autodefesa por apreciarmos secretamente aquilo que criticamos.

 

Não há um ser humano, que não tenha enfrentado algum tipo de problema. Enfrentar a realidade tal como ela se apresenta é importante, pois mascarar os problemas não é solução. O autoengano não nos conduz a uma saída. Como afirmou Giannetti: “O autoengano não está no esforço de cada um em parecer o que não é. Ele reside na capacidade que temos de sentir e de acreditar de boa-fé que somos o que não somos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Quando a rivalidade vira obsessão

O filme ‘O Grande Truque’, recentemente prendeu a minha atenção. E isso não tem nada a ver com os protagonistas do filme, ou até mesmo, com os truques de ilusionismo apresentados.   A história se passa na Inglaterra do século XIX, uma época em que os truques de ilusionismos, atraiam multidões. O filme narra a história de Alfred e Robert, dois grandes mágicos que inicialmente trabalhavam em parceria, mas que em determinado momento se tornam rivais, em busca da supremacia no mundo do ilusionismo. O que começa como uma competição saudável logo se transforma em uma batalha intensa e obscura.   Um dos truques do Alfred faz sucesso, e para descobrir o segredo do rival, Robert usa de meios ardilosos e nada convencionais para acabar com o sucesso do oponente. A trama se desenrola com reviravoltas emocionantes, revelando o lado sombrio da obsessão pela perfeição e pela superação.   'O Grande Truque' nos ensina que competição e rivalidade são naturais, mas é importante lembrar que o adve

Escravos por opção

  A história do Brasil é marcada por um período sombrio em que os negros foram escravizados pelos brancos. Durante séculos, eles sonharam com a liberdade, até que finalmente chegou o dia da abolição da escravatura. No entanto, para muitos deles, a transição para a liberdade não foi fácil. Acostumados a uma vida de servidão, muitos negros não sabiam como lidar com a nova realidade de liberdade. Sabiam como ser escravos, mas não como ser livres. Foi necessário um processo de adaptação e aprendizado para entender e exercer plenamente sua liberdade. Muitos enfrentaram desafios e dificuldades nesse processo, pois a liberdade traz consigo novas responsabilidades e escolhas que antes não eram possíveis. Vivemos em um país onde a liberdade é um direito fundamental, porém muitos de nós ainda não compreendem verdadeiramente o significado dessa palavra. Assim como os negros do passado, que mesmo libertos ainda não se sentiam livres, muitos de nós hoje agimos como se fôssemos escravos, submetidos

A escritora gentiourense Mônica Bastos encanta os leitores com o romance "Antes que o Pó Volte à Terra"

É com imenso prazer que compartilho com vocês a notícia do lançamento de mais um livro da escritora baiana/gentiourense Mônica Bastos, o romance "Antes que o Pó Volte à Terra".  Como entusiasta das palavras, esta obra representa não apenas uma história, mas um mergulho profundo na complexidade das relações humanas e das escolhas que moldam nossos destinos. "Antes que o Pó Volte à Terra" é uma jornada literária que se desenrola com camadas de emoção, personagens vibrantes e reviravoltas que desafiam as expectativas. É uma celebração da vida, do amor e da resiliência diante das adversidades. A trama transcende o tempo, misturando passado e presente de maneira envolvente. Personagens ganham vida nas páginas, cada um contribuindo para a riqueza da narrativa.  Sem dúvidas, é uma história que despertará sentimentos profundos e reflexões sobre a essência da existência.   Mensagem da Autora:   Escrever “Antes que o Pó Volte à Terra” foi mais do que simplesmente escrever um