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Quando a rivalidade vira obsessão


O filme ‘O Grande Truque’, recentemente prendeu a minha atenção. E isso não tem nada a ver com os protagonistas do filme, ou até mesmo, com os truques de ilusionismo apresentados.

 

A história se passa na Inglaterra do século XIX, uma época em que os truques de ilusionismos, atraiam multidões. O filme narra a história de Alfred e Robert, dois grandes mágicos que inicialmente trabalhavam em parceria, mas que em determinado momento se tornam rivais, em busca da supremacia no mundo do ilusionismo. O que começa como uma competição saudável logo se transforma em uma batalha intensa e obscura.

 

Um dos truques do Alfred faz sucesso, e para descobrir o segredo do rival, Robert usa de meios ardilosos e nada convencionais para acabar com o sucesso do oponente. A trama se desenrola com reviravoltas emocionantes, revelando o lado sombrio da obsessão pela perfeição e pela superação.

 

'O Grande Truque' nos ensina que competição e rivalidade são naturais, mas é importante lembrar que o adversário não precisa ser um inimigo. Muitas vezes, as rivalidades são alimentadas por obsessões e levadas a extremos. O filme nos convida a refletir sobre até que ponto estamos dispostos a ir em busca do sucesso, e se vale a pena sacrificar nossos princípios e relacionamentos no processo.

 

O que começa como uma competição aparentemente simples pode rapidamente se transformar em uma armadilha de apego excessivo e compulsão, levando o indivíduo à beira da autodestruição. O desejo de destruir o adversário muitas vezes resulta na destruição de si mesmo, em um ciclo vicioso de pensamentos de perseguição e paranoia.

 

Os primeiros sinais desse processo são os pensamentos de perseguição, nos quais a pessoa enxerga no outro uma ameaça constante. Vive-se na defensiva, cada gesto de cortesia interpretado como uma armadilha, cada oferta de ajuda é vista como uma possível ofensa.

 

O medo de ser controlado ou prejudicado leva à busca por autonomia extrema, e a resistência em criar laços e relacionamentos profundos por receio de ser manipulado ou traído. Nesse estado de obsessão, a pessoa deixa de se enxergar como indivíduo e passa a viver exclusivamente para superar e destruir o outro.

 

O segredo do Grande Truque de Alfred, tão óbvio e simples, era tão evidente que Robert se recusava a enxergar. Uma frase marcante do filme resume bem essa ideia: 'Quanto mais perto você olhar, menos você vai ver'. 

 

Quando a rivalidade vira obsessão, as coisas acontecem diante de nossos olhos, mas nossa visão é encoberta pela obsessão, impedindo-nos de enxergar a realidade.

 

 

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