Pular para o conteúdo principal

A linha de chegada



Ao chegarmos ao dia 31 de dezembro, é inevitável fazermos uma reflexão sobre todos os acontecimentos que marcaram nossas vidas durante o ano. Nesse momento, estamos suscetíveis a dois tipos de sentimentos: a alegria por termos alcançado tudo o que planejamos ou a frustração por não termos alcançado aquilo que tanto almejamos. Logo, definimos como foi nosso ano. Se tudo deu certo, consideramos o ano muito bom; do contrário, não o consideramos tão bom assim. 

 

Para não nivelar nossa vida de forma tão rasa, é importante aprendermos a analisá-la minuciosamente, de modo que não tornemos insignificantes as bênçãos de Deus em nossa vida. Ao considerarmos insignificantes os pequenos acontecimentos, desenvolvemos um sentimento de insatisfação. Dominados por esse sentimento, por maiores e mais positivos que sejam os acontecimentos, nunca nos serão suficientes. Precisamos aprender a apreciar todos os momentos de nossa vida, até mesmo aqueles que não parecem tão bons, pois, mesmo esses acontecimentos, sempre vêm acompanhados de algo positivo. A própria palavra de Deus nos diz:


“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. (Romanos 5:3-5)

 

Quando falamos de tribulação, nos referimos a eventos ou situações que de alguma forma nos aborrecem. O que podemos tirar de bom de acontecimentos que nos aborrecem? Como a própria palavra de Deus nos diz: "Aprendizado". Ao passarmos por situações difíceis, podemos aprender muitas coisas, principalmente a ter paciência.

 

Nós, seres humanos, somos muito imediatistas. Quando queremos algo, simplesmente queremos, sem nos preocuparmos muitas vezes com as possíveis consequências. Ao passarmos por situações aborrecedoras, precisamos aprender a esperar com calma, compreendendo que algumas situações estão fora do nosso controle e que, muitas vezes, dependem de outras pessoas para serem resolvidas.

 

Situações difíceis, além de nos ensinarem a ter paciência, nos mostram que somos seres humanos e, como tais, não somos super-heróis que conseguem tudo o que querem, como mostram as revistas em quadrinhos. Podemos sonhar, fazer planos, mas devemos ter a convicção de que alcançar objetivos requer comprometimento, responsabilidade, dedicação, trabalho em equipe e, principalmente, tempo. Não significa que aquilo que planejamos para o ano e não deu certo não possa dar certo nos anos vindouros. É preciso compreender que alguns resultados levam certo tempo. É como montar uma empresa e esperar que, no primeiro instante, venham os lucros. Sabemos que não é assim que funciona.

 

Se algo que planejou ainda não deu certo, em vez de desistir, aprenda a ser paciente e espere pelo momento certo, pois a paciência traz experiência. Muitas vezes, fazemos planos e sonhamos com algo para nossa vida, mas quando não temos paciência para esperar, simplesmente desistimos. Não podemos desistir dos nossos sonhos; se algo não deu certo, é porque ainda não estamos prontos. O que devemos fazer é esperar.

 

Esperar não significa ficar parado; significa prosseguir com os mesmos planos e projetos, com a mesma dedicação e comprometimento, compreendendo que, enquanto aguardamos, estamos aprendendo com as experiências vividas. Essas experiências nos deixarão prontos para alcançar aquilo que tanto sonhamos.

 

Quando aprendemos a esperar e a prosseguir com as experiências vividas, nasce em nós a esperança de que, quanto mais o tempo passa e mais aprendemos, mais perto estamos de alcançar nossos objetivos. A esperança não nos traz confusão, não nos cansa e não nos faz sentir que estamos perdendo tempo ou que tudo foi em vão. Pelo contrário, quanto mais o tempo passa, mais compreendemos que tudo o que temos vivido tem valido a pena, pois o mais importante em uma jornada não é a chegada, mas sim a caminhada.

 

A caminhada nos traz paciência, experiência e esperança para alcançar vitórias. Se não tivermos essa caminhada, o que diremos para aqueles que virão depois de nós? A vida foi feita para ser vivida, e essa vivência inclui acontecimentos bons e ruins. O que diferencia o vitorioso do perdedor é simplesmente a maneira como encaram esses acontecimentos.

 

Nossa vida é uma caminhada em que seguimos por um caminho reto, às vezes sinuoso, com atalhos, obstáculos e muitos lugares íngremes, tornando o percurso muitas vezes doloroso. Subiremos e desceremos várias vezes, mas não podemos nos desesperar, pois faz parte do processo. O mais importante é aprender com cada momento e entender que a linha de chegada não é realmente o fim, pois quando chegarmos lá, descobriremos que ainda precisamos continuar. Portanto, não se desespere, pois nossa caminhada será contínua até o último dia de nossas vidas. Olhe para sua vida sob essa perspectiva e responda para si mesmo: O ano de 2013 valeu a pena?

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Resenha do filme mãos talentosas

Mãos Talentosas retrata a vida de Ben, um menino pobre, negro, que não tinha muita chance de crescer na vida, ou seja, de se tornar um homem bem-sucedido. Ben sempre tirava notas muito baixas na escola e por conta disto era altamente criticado pelos colegas, fazendo com que ele se sentisse como uma pessoa burra, e assim desenvolvendo um temperamento muito agressivo. A mãe de Ben sempre acreditou no potencial de seu filho, incentivando-o a estudar, a trocar a TV por bons livros, a não desistir, pois acreditava que o filho teria um futuro totalmente diferente do seu. Através do esforço, incentivo e dedicação da mãe, Ben chegou a ser o melhor aluno da sala. Cresceu e conseguiu alcançar o seu objetivo, não só se tornou médico, mas o melhor neurocirurgião do mundo. Quando comparamos o filme ao universo do coaching, logo podemos perceber o poder da Programação Mental Positiva, exercida pela mãe de Ben, que o ensinava todo o tempo a materialização dos seus pensamentos, ou seja, fazendo com qu...

Nosso poder de decisão

Em certos momentos de nossas vidas, nos deparamos com desafios que parecem nos sobrecarregar. Nossas escolhas podem parecer equivocadas, e a vida se apresenta ainda mais difícil. Nestes momentos de incerteza, é natural ansiar por alguém com quem possamos compartilhar nossas dúvidas e inquietações, alguém que nos oriente ou simplesmente nos ouça.   A necessidade de sermos ouvido é profunda, mas será que estamos nos abrindo com as pessoas certas? Será que elas estão aptas a nos orientar de maneira adequada?   Essas perguntas nos fazem questionar quem realmente está no controle de nossas vidas. Permitir que terceiros decidam por nós pode ser um grande obstáculo para nosso sucesso. Reconhecer esse tipo de comportamento é um passo importante, pois nós somos as pessoas mais aptas a identificar os nossos problemas e as mais interessadas em resolvê-los. Portanto, é fundamental aprender a escutar a nossa própria voz interior, ouvir o que nosso coração diz, o que nossa razão orienta e...

Aprendendo a orar com as formigas

Outro dia, vi uma formiga que carregava uma enorme folha. A formiga era pequena e a folha devia ter, no mínimo, dez vezes o tamanho dela.  A formiga a carregava com sacrifício. Ora a arrastava, ora a tinha sobre a cabeça. Quando o vento batia, a folha tombava, fazendo cair também à formiga. Foram muitos os tropeços, mas nem por isso a formiga desanimou de sua tarefa. Eu a observei e acompanhei, até que chegou próximo de um buraco, que devia ser a porta de sua casa.Foi quando pensei: “Até que enfim ela terminou seu empreendimento”. Ilusão minha. Na verdade, havia apenas terminado uma etapa.    A folha era muito maior do que a boca do buraco, o que fez com que a formiga a deixasse do lado de fora para, então, entrar sozinha. Foi aí que disse a mim mesmo: “ Coitada, tanto sacrifício para nada.” Lembrei-me ainda do ditado popular: “ Nadou, nadou e morreu na praia.” Mas a pequena formiga me surpreendeu. Do buraco saíram outras formigas, que começaram a cortar a folha em peque...