Pular para o conteúdo principal

Escravos por opção


 

A história do Brasil é marcada por um período sombrio em que os negros foram escravizados pelos brancos. Durante séculos, eles sonharam com a liberdade, até que finalmente chegou o dia da abolição da escravatura. No entanto, para muitos deles, a transição para a liberdade não foi fácil.


Acostumados a uma vida de servidão, muitos negros não sabiam como lidar com a nova realidade de liberdade. Sabiam como ser escravos, mas não como ser livres. Foi necessário um processo de adaptação e aprendizado para entender e exercer plenamente sua liberdade. Muitos enfrentaram desafios e dificuldades nesse processo, pois a liberdade traz consigo novas responsabilidades e escolhas que antes não eram possíveis.


Vivemos em um país onde a liberdade é um direito fundamental, porém muitos de nós ainda não compreendem verdadeiramente o significado dessa palavra. Assim como os negros do passado, que mesmo libertos ainda não se sentiam livres, muitos de nós hoje agimos como se fôssemos escravos, submetidos a padrões impostos por uma sociedade consumista e superficial.

 

O nosso cotidiano é cercado por pessoas que buscam o pertencimento.  Elas abrem mão de suas próprias vontades, essência e princípios para se encaixar em um padrão preestabelecido. Esse comportamento reflete a falta de compreensão sobre o que é ser livre, ou seja, ter a capacidade de fazer escolhas conscientes e viver em paz com elas, sem a necessidade de aprovação externa.

 

As pessoas estão constantemente preocupadas com a aprovação dos outros. Vivem de aparências, pois o que importa não é quem são de verdade, mas quem precisam se tornar para evitar críticas ou exclusão. Nessa busca desenfreada por agradar, cada um vai perdendo um pouco de si mesmo. O importante parece ser seguir o fluxo, não importando quem somos, o que pensamos ou para onde queremos ir.


Após tantas lutas pela liberdade dos negros, muitos brancos e negros, mesmo livres, escolhem se prender a um padrão egoísta imposto por uma sociedade mascarada, que dita como devemos nos comportar, comer, vestir, qual o peso ideal, entre outros aspectos. A liberdade, no entanto, está na mente de cada um. Ser livre é uma escolha, é ter a capacidade de ser autêntico, sem se importar com os olhares de reprovação daqueles que, por medo ou outros motivos, mesmo tendo a liberdade nas mãos, decidem se aprisionar aos padrões estabelecidos por uma sociedade egocêntrica, incongruente e hipócrita. São os chamados "Escravos por opção".

 

A liberdade vai além da simples ausência de restrições externas; ela está intrinsecamente ligada à capacidade de autoconhecimento e autodeterminação. Ser verdadeiramente livre é aceitar-se como é, sem a necessidade de se moldar aos padrões alheios. É viver de acordo com seus valores e princípios, mesmo que isso signifique estar em desacordo com a maioria.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Resenha do filme mãos talentosas

Mãos Talentosas retrata a vida de Ben, um menino pobre, negro, que não tinha muita chance de crescer na vida, ou seja, de se tornar um homem bem-sucedido. Ben sempre tirava notas muito baixas na escola e por conta disto era altamente criticado pelos colegas, fazendo com que ele se sentisse como uma pessoa burra, e assim desenvolvendo um temperamento muito agressivo. A mãe de Ben sempre acreditou no potencial de seu filho, incentivando-o a estudar, a trocar a TV por bons livros, a não desistir, pois acreditava que o filho teria um futuro totalmente diferente do seu. Através do esforço, incentivo e dedicação da mãe, Ben chegou a ser o melhor aluno da sala. Cresceu e conseguiu alcançar o seu objetivo, não só se tornou médico, mas o melhor neurocirurgião do mundo. Quando comparamos o filme ao universo do coaching, logo podemos perceber o poder da Programação Mental Positiva, exercida pela mãe de Ben, que o ensinava todo o tempo a materialização dos seus pensamentos, ou seja, fazendo com qu...

Nosso poder de decisão

Em certos momentos de nossas vidas, nos deparamos com desafios que parecem nos sobrecarregar. Nossas escolhas podem parecer equivocadas, e a vida se apresenta ainda mais difícil. Nestes momentos de incerteza, é natural ansiar por alguém com quem possamos compartilhar nossas dúvidas e inquietações, alguém que nos oriente ou simplesmente nos ouça.   A necessidade de sermos ouvido é profunda, mas será que estamos nos abrindo com as pessoas certas? Será que elas estão aptas a nos orientar de maneira adequada?   Essas perguntas nos fazem questionar quem realmente está no controle de nossas vidas. Permitir que terceiros decidam por nós pode ser um grande obstáculo para nosso sucesso. Reconhecer esse tipo de comportamento é um passo importante, pois nós somos as pessoas mais aptas a identificar os nossos problemas e as mais interessadas em resolvê-los. Portanto, é fundamental aprender a escutar a nossa própria voz interior, ouvir o que nosso coração diz, o que nossa razão orienta e...

Aprendendo a orar com as formigas

Outro dia, vi uma formiga que carregava uma enorme folha. A formiga era pequena e a folha devia ter, no mínimo, dez vezes o tamanho dela.  A formiga a carregava com sacrifício. Ora a arrastava, ora a tinha sobre a cabeça. Quando o vento batia, a folha tombava, fazendo cair também à formiga. Foram muitos os tropeços, mas nem por isso a formiga desanimou de sua tarefa. Eu a observei e acompanhei, até que chegou próximo de um buraco, que devia ser a porta de sua casa.Foi quando pensei: “Até que enfim ela terminou seu empreendimento”. Ilusão minha. Na verdade, havia apenas terminado uma etapa.    A folha era muito maior do que a boca do buraco, o que fez com que a formiga a deixasse do lado de fora para, então, entrar sozinha. Foi aí que disse a mim mesmo: “ Coitada, tanto sacrifício para nada.” Lembrei-me ainda do ditado popular: “ Nadou, nadou e morreu na praia.” Mas a pequena formiga me surpreendeu. Do buraco saíram outras formigas, que começaram a cortar a folha em peque...