Pular para o conteúdo principal

Crianças crescem

 



 

Essa semana, duas notícias trouxeram à tona questões profundas sobre preconceito e falta de empatia em nossa sociedade. Na primeira, uma professora do ensino médio, negra, recebeu de um aluno, no dia internacional da mulher, uma palha de aço como presente. O constrangimento sentido por ela diante desse gesto revela a persistência de atitudes racistas em nosso meio.

 

A segunda notícia envolveu três jovens estudantes de uma faculdade, que gravaram um vídeo debochando de uma colega mais velha, de 40 anos. No vídeo, fazem comentários desrespeitosos e preconceituosos sobre a idade da colega, sugerindo que ela já deveria estar aposentada. Esses episódios evidenciam a falta de respeito e empatia presentes em alguns jovens, mesmo em uma era digital em que a informação é acessível a todos.

 

O comportamento desses jovens levanta questionamentos sobre a sociedade que estamos criando. Será que estamos tolerando demais o desrespeito e a falta de empatia? As pessoas parecem não medir mais suas palavras nem pensar nas consequências de seus atos, agindo de forma impulsiva e muitas vezes cruel.


Uma “velha” de 40 anos estudando? Como se os sonhos das pessoas pudessem ser limitados pela idade. 


Quando entrei na faculdade, eu tinha 38 anos de idade. Escolhi estudar à tarde, e nesse horário só tinha a galera entre 16 e 20 anos. Eles tinham idade para ser meus filhos, mas me acolheram de uma forma tão bondosa, respeitosa, que, sem dúvidas, fizeram os anos de estudo bem melhores. 


A história da professora e da colega mais velha nos lembra da importância de tratar todas as pessoas com respeito e igualdade, independentemente de sua idade, cor, peso ou religião. Minha própria experiência na faculdade, mostrou como o acolhimento e o respeito dos mais jovens podem tornar os desafios da vida acadêmica mais leves.


E antes de perguntar, que tipo de jovens são esses? A pergunta é: que tipo de crianças elas foram? Sim, porque a resposta para a pergunta não está nos adultos de amanhã, mas nas crianças de hoje. 

 

Esses episódios nos fazem refletir sobre a educação que estamos dando às nossas crianças. O que estamos ensinando a elas sobre respeito, empatia e igualdade? Não dá para ignorar ou rir dos comportamentos desenfreados, agressivos e maldosos das crianças, com a justificativa de que são só crianças. Crianças crescem, e é fundamental que desde cedo aprendam a valorizar e respeitar as diferenças. Espero que, diante da repercussão negativa, os jovens envolvidos tenham aprendido uma lição importante sobre respeito e empatia.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Quando a rivalidade vira obsessão

O filme ‘O Grande Truque’, recentemente prendeu a minha atenção. E isso não tem nada a ver com os protagonistas do filme, ou até mesmo, com os truques de ilusionismo apresentados.   A história se passa na Inglaterra do século XIX, uma época em que os truques de ilusionismos, atraiam multidões. O filme narra a história de Alfred e Robert, dois grandes mágicos que inicialmente trabalhavam em parceria, mas que em determinado momento se tornam rivais, em busca da supremacia no mundo do ilusionismo. O que começa como uma competição saudável logo se transforma em uma batalha intensa e obscura.   Um dos truques do Alfred faz sucesso, e para descobrir o segredo do rival, Robert usa de meios ardilosos e nada convencionais para acabar com o sucesso do oponente. A trama se desenrola com reviravoltas emocionantes, revelando o lado sombrio da obsessão pela perfeição e pela superação.   'O Grande Truque' nos ensina que competição e rivalidade são naturais, mas é importante lembrar que o adve

A escritora gentiourense Mônica Bastos encanta os leitores com o romance "Antes que o Pó Volte à Terra"

É com imenso prazer que compartilho com vocês a notícia do lançamento de mais um livro da escritora baiana/gentiourense Mônica Bastos, o romance "Antes que o Pó Volte à Terra".  Como entusiasta das palavras, esta obra representa não apenas uma história, mas um mergulho profundo na complexidade das relações humanas e das escolhas que moldam nossos destinos. "Antes que o Pó Volte à Terra" é uma jornada literária que se desenrola com camadas de emoção, personagens vibrantes e reviravoltas que desafiam as expectativas. É uma celebração da vida, do amor e da resiliência diante das adversidades. A trama transcende o tempo, misturando passado e presente de maneira envolvente. Personagens ganham vida nas páginas, cada um contribuindo para a riqueza da narrativa.  Sem dúvidas, é uma história que despertará sentimentos profundos e reflexões sobre a essência da existência.   Mensagem da Autora:   Escrever “Antes que o Pó Volte à Terra” foi mais do que simplesmente escrever um

Escravos por opção

  A história do Brasil é marcada por um período sombrio em que os negros foram escravizados pelos brancos. Durante séculos, eles sonharam com a liberdade, até que finalmente chegou o dia da abolição da escravatura. No entanto, para muitos deles, a transição para a liberdade não foi fácil. Acostumados a uma vida de servidão, muitos negros não sabiam como lidar com a nova realidade de liberdade. Sabiam como ser escravos, mas não como ser livres. Foi necessário um processo de adaptação e aprendizado para entender e exercer plenamente sua liberdade. Muitos enfrentaram desafios e dificuldades nesse processo, pois a liberdade traz consigo novas responsabilidades e escolhas que antes não eram possíveis. Vivemos em um país onde a liberdade é um direito fundamental, porém muitos de nós ainda não compreendem verdadeiramente o significado dessa palavra. Assim como os negros do passado, que mesmo libertos ainda não se sentiam livres, muitos de nós hoje agimos como se fôssemos escravos, submetidos