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A língua dos sábios produz a cura




 

 

A arte da conversa é uma das habilidades mais preciosas que possuímos. No entanto, por muito tempo, fui aquela pessoa que monopolizava as conversas sem perceber a inconveniência e o egoísmo dessa atitude. Afinal, quando nos reunimos para conversar, devemos falar, mas também ouvir.

 

Lembro-me das vezes em que alguém me alertava: "Você fala demais". Achava aquilo engraçado e não dava importância, até que um dia tive uma epifania e finalmente compreendi a importância das palavras.

 

A Bíblia nos lembra, em Provérbios 12:18, que “Quem fala levianamente fere como espada, mas a língua dos sábios produz a cura”. As palavras têm o poder de curar quando usadas com sabedoria. Por que desperdiçá-las levianamente?

 

Embora ainda goste de conversar, salvo àqueles momentos de diversão ao lado de amigos, onde realmente as “fichas” precisam ser distribuídas, aprendi a importância de usar as palavras com cuidado. 

 

Estamos vivendo dias bastante nocivos. Existe uma linha tênue entre a liberdade de expressão e o desrespeito.  As pessoas com suas línguas afiadas e destrutivas se gabam de serem positivas e verdadeiras. Há uma grande diferença entre ser verdadeira e ser maléfica.

 

Recentemente, a mídia divulgou a trágica notícia da morte do filho de 16 anos da cantora Walkyria Santos, que cometeu suicídio após receber comentários maldosos na internet. As pessoas que proferiram tais palavras talvez não tenham percebido que, indiretamente, cometeram um crime.

 

Quando ouvimos falar de um crime brutal, nos sensibilizamos. No entanto, muitas vezes ignoramos as consequências devastadoras das palavras afiadas e malignas.

 

Infelizmente, nem todas as pessoas sabem lidar com a opinião do outro a seu respeito. Essa é uma fragilidade de muitos. Não podemos controlar a maneira como os outros recebem nossas palavras, mas podemos controlar o que dizemos. Podemos escolher usar nossas palavras para curar em vez de ferir.

 

Se não encontrarmos motivos para elogiar alguém, pelo menos poupemos essa pessoa de críticas destrutivas. Se não pudermos usar nossas palavras para ajudar, sejamos sábios e nos calemos.

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