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A suscetibilidade à ilusão

 



Assisti ao filme “A vida é bela”. O filme, que se passa na segunda guerra mundial, retrata a história de um judeu e seu filho que são capturados e levados para um campo de concentração em Berlim. Para proteger a criança da realidade na qual estão inseridos, o pai faz a criança acreditar que ambos estão em um jogo em que ela (a criança) deve realizar as tarefas que ele (o pai) lhe ordenar.

Esse tipo de situação é bem mais comum do que aparenta, isso porque, nós seres humanos somos suscetíveis a ilusões.

Existem pessoas que, não satisfeitas - ou quando desejam muito algo -, reagem distorcendo a realidade na qual estão inseridas e consequentemente permitem serem iludidas, a fim de se manterem felizes.

A ilusão, em certas situações, é mecanismo de defesa, através do qual refugiamo-nos em uma realidade paralela, criada pelo nosso cérebro, para fugir dos acontecimentos reais que nos cercam, evitando sofrimentos.

Às vezes, fazemos isso com o outro também. O exemplo disso, é a ideia de que ao retardar transmitir a alguém uma notícia ruim, estamos dando a essa pessoa, um tempo maior para lidar com a situação. Fazemos isso mesmo sabendo que cedo ou tarde, ela terá que encarar a realidade.

Lidar com determinadas situações desafiadoras nem sempre é fácil e, por isso, algumas pessoas preferem não as enfrentar, de maneira que acabam subestimando a probabilidade de as coisas darem errado e superestimando a probabilidade de as coisas darem certo. O que não é nada saudável. Isso porque, aquilo que está evidentemente claro, mas que decidimos não enxergar, acaba nos pegando de surpresa causando um estrago maior, caso tivéssemos a maturidade emocional de enxergar. 

Não enxergar o que acontece à nossa volta, é muitas vezes um subterfúgio para não destruir nossas ilusões. No entanto, fechar os olhos para a realidade não vai fazer com que ela desapareça.

Enxergar os acontecimentos de forma racional é a melhor maneira de lidar com a realidade, evitando surpresas desagradáveis.

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